Postado em 09/09/2021
Foto: Divulgação/ Flamengo
A ginástica artística é uma das modalidades olímpicas consagradas, presente nos Jogos Olímpicos desde a sua primeira edição da Era moderna, em Atenas, em 1896. Desde então, os treinadores sempre foram fundamentais, mesmo que “atrás das cortinas”.
Recentemente, em julho deste ano, faleceu o treinador de ginástica artística Oleg Ostapenko, importante figura no esporte brasileiro, que deixou um legado gigantesco no desenvolvimento da ginástica artística no Brasil. Ele foi treinador de nomes como Daiane dos Santos e Jade Barbosa.
Depois de Ostapenko, muitos outros nomes no hall dos treinadores de ginástica artística no Brasil marcaram a história, não só com medalhas, mas com a expertise da posição. Um deles é Francisco Porath, que recentemente recebeu o agradecimento da medalhista de ouro Rebeca Andrade: “Dedico especialmente ao meu treinador, o Francisco Porath, porque a gente trabalhou duro e fiquei feliz demais de ver a felicidade, o choro dele. Ele só quer me ver brilhar, sabe, e a única forma que posso retribuir é com a minha ginástica”.
O treinamento em ginástica artística
O treinamento em ginástica artística, em nível de esporte competitivo, é um processo integrativo que, de acordo com o artigo Análise do treinamento na ginástica artística brasileira, publicado pela Revista Brasileira de Ciências do Esporte, visa ao aperfeiçoamento técnico, físico, tático e mental.
Essa mesma pesquisa aponta que, em geral, um treino de ginástica artística é dividido em algumas etapas:
• Aquecimento geral e específico.
• Força e flexibilidade.
• Trabalho em aparelhos.
• Alongamento e relaxamento.
• Balé, em alguns casos.
Esses treinos geralmente ultrapassam 20 horas semanais, com cinco ou seis dias de treino por semana.
Nesse cenário de treinamento intenso dos atletas da ginástica artística, existe uma peça fundamental que está presente cotidianamente: os treinadores. Mas, qual é o papel dos treinadores das atletas de ginástica artística?
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O papel dos treinadores das atletas de ginástica artística
Outro artigo, desta vez publicado na revista Motriz sob o título Análise dos objetivos dos técnicos na Ginástica Artística, mostra que os objetivos e as posturas dos técnicos de ginástica artística se diferenciam quanto ao objetivo do treino, se é voltado para a atividade física ou para a prática esportiva profissional.
De toda forma, existem ali diversos aspectos para conseguir alcançar o melhor resultado possível, por exemplo, não há como ter um resultado bom e, ao mesmo tempo, negligenciar a saúde mental. Vimos recentemente o caso de Simone Biles, que preferiu se retirar dos Jogos Olímpicos para cuidar mais desse aspecto.
Assim, o papel do treinador de ginástica artística pode abranger vários aspectos: o técnico, o físico, o tático e o mental.
De acordo com o artigo A relação técnico-atleta na ginástica artística feminina, “Os relacionamentos de sucesso no esporte são caracterizados pela confiança, comprometimento, respeito e compreensão. Essa dimensão afetiva e relacional proporciona aos atletas o sentimento de conforto, orientação, segurança e apoio nos diferentes momentos e estágios do seu desenvolvimento”.
Assim, podemos entender que o papel dos treinadores das atletas de ginástica artística transita em dimensões que levam em consideração o desempenho atlético, o arranjo e o desenvolvimento físico e tático, como também a interação com o fator afetivo e emocional dos atletas, principalmente os de alto rendimento.