Postado em 20/08/2020
Ginástica Rítmica, conhecida como GRD (Ginástica Rítmica Desportiva), é um esporte olímpico que combina movimentos de dança e de ginástica. No Brasil, a modalidade esportiva, apesar da falta de incentivo, tem uma história consolidada. Venha descobrir o que é preciso para se tornar profissional da Ginástica em solo brasileiro.
Diferentemente de modalidades como futebol e vôlei, que atraem muito público e, consequentemente, mais patrocínio e investimento, a Ginástica Rítmica necessita de mais recursos e incentivos.
Mesmo assim, as ginastas brasileiras perseveram nos treinos diários, que exigem uma preparação física muito grande, para conquistar o sonho de se consagrar no mundo da Ginástica Rítmica.
Para entender melhor sobre o início da carreira em Ginástica Rítmica, conversamos com o Prof. Daniel Gusmão, docente dos cursos de pós na área de Educação Física da FMU. Confira:
Quais são as dicas para quem quer se tornar uma profissional em Ginástica Rítmica?
Prof. Daniel Gusmão - Uma pessoa que queira se transformar num grande profissional de Ginástica Rítmica vai precisar:
• buscar um bom clube, uma boa instituição que tenha essa modalidade;
• buscar um bom profissional que treine e ensine todo o processo de Ginástica Rítmica, para que ela possa virar uma atleta;
• pensar na condição física, e, para isso, uma equipe multidisciplinar será necessária, com treinador técnico específico e treinador para um condicionamento físico, ou seja, um preparador físico;
• preocupar-se muito com a alimentação e outras questões relacionadas à saúde, como o sono. Ainda pensando na equipe multidisciplinar, será necessário procurar um médico do esporte, para analisar o que possa vir de lesões à frente.
Agora, é lógico, se a pessoa está buscando ser um atleta de Ginástica Rítmica e não tem toda a estrutura, não tem reservas financeiras para fazer isso, logo, vai ter que buscar um clube que ofereça isso, e hoje sentimos uma carência de instituições assim, principalmente em Ginástica Rítmica. É um trabalho que grandes profissionais e grandes professores que atuam nessa área têm como desafio.
Quais as maiores dificuldades que uma atleta pode encontrar no caminho de se tornar uma ginasta profissional no Brasil?
Prof. Daniel Gusmão - Então, hoje, temos poucos clubes que apostam na Ginástica Rítmica e no esporte de base, ou seja, pensando em atletas que possam virar atletas olímpicos. Essa é a grande barreira.
E aí, quando a pessoa encontra um clube, ela não tem incentivos. E quais são os incentivos? Buscar um patrocinador, empresas que o apoiem, porque hoje, infelizmente, temos os olhos para esportes como futebol e voleibol, e então, outros esportes sofrem com isso, são esses esportes de base, como ginástica rítmica, tênis de mesa e a própria natação.
O grande desafio é o incentivo e clubes que apostem de fato. Lógico que existem alguns, mas você não vê uma gama de clubes e instituições que apostam nessas modalidades.
Quais as características que um atleta de Ginástica Rítmica precisa ter ou desenvolver?
Prof. Daniel Gusmão - Como havia dito na primeira pergunta, esse atleta precisa desenvolver a força, um baita de um condicionamento físico, e, por isso, precisa buscar uma equipe multidisciplinar, estando muito atento à sua saúde, para que ele possa ser um grande atleta.
Como está o mercado de trabalho para profissionais de Ginástica Rítmica no Brasil?
Prof. Daniel Gusmão - Aí, mais uma vez, o mercado de trabalho para a Ginástica Rítmica também sofre. Nós não encontramos tantas instituições, por isso não temos tantos profissionais que migram para essa área, a não ser que sejam ex-atletas. Os ex-atletas acabam migrando e tentando montar projetos, mas acredito que eles ainda sintam muitas dificuldades, principalmente com a questão dos incentivos para que essa modalidade, para que esse esporte possa crescer de fato.
Por que é importante fazer uma pós em Ginástica Rítmica? O que isso agrega ao profissional em sua trajetória?
Prof. Daniel Gusmão - Bom, é importante porque nós precisamos ter mais profissionais, mas, por outro lado, você não tem tantas instituições e incentivos, como falei. Nós temos grandes ginastas que brilharam no país, mas a gente, talvez, veja mais eles atuando do que outros professores que tenham vontade de atuar. Isso ocorre porque falta espaço e falta mercado, mas é superimportante que ele busque ser formado em Educação Física por uma boa faculdade e tenha um curso de pós em Ginástica Rítmica, conseguindo o título de especialista. E, principalmente, atue no mercado, para que tenha muita experiência e muita expertise.
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