Postado em 21/12/2020
Aulas online, falta de exercícios, ansiedade, alimentação desequilibrada, consumo excessivo de alimentos industrializados e ultraprocessados e horários de alimentação confusos são apenas alguns fatores que aumentam a incidência de obesidade entre crianças e adolescentes durante a pandemia.
Obesidade infantil no Brasil durante a pandemia
Esse novo cenário aumenta a incidência dos casos de obesidade entre adultos e crianças. Segundo o Ministério da Saúde, na Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2018, nos últimos 13 anos houve um aumento de 67,8% nos casos de obesidade.
Antes da pandemia, no ano de 2019, estimava-se que uma em cada três crianças estaria acima do peso no Brasil. Segundo dados obtidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), entre as crianças acompanhadas na Atenção Primária à Saúde do SUS, 14,8% dos menores de 5 anos e 28,1% das crianças entre 5 e 9 anos tinham excesso de peso. Destas, 7% e 13,2% apresentavam obesidade.
Pesquisa da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) mostra que as medidas de isolamento social para controlar as infecções por Covid-19 agravaram os índices de obesidade infantil.
Segundo levantamento do Hospital das Clínicas, 47 de 66 crianças do Laboratório de Obesidade Infantil tiveram aumento de peso. Essas crianças, juntas, ganharam quase 250 kg, uma média de 5 kg por criança.
Então, nessa época de pandemia, o cuidado com as crianças e adolescentes deve ser redobrado, já que a obesidade infantil é um fator de risco para uma série de doenças, como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, artrose, artrite, pedra na vesícula, refluxo esofágico, entre outras.
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Como manter as crianças em movimento durante a pandemia?
Para ajudar as crianças já em quadro de obesidade e sobrepeso, e também manter a saúde das crianças para que não desenvolvam a obesidade, a psicomotricidade é uma das opções viáveis.
Em entrevista para o SP1 da Globo, a professora Renata Pinto, docente do curso de especialização em Psicomotricidade da Pós FMU, esclarece que: “[A Psicomotricidade] é uma ciência que integra questões afetivas, cognitivas e motoras [para que] as crianças e adolescentes entendam o próprio corpo e tenham a noção do corpo delas com a experiência corporal no movimento”.
E a professora Renata completou dando um exemplo de uma aula online, de 3 a 4 horas, e que um período dessa aula fosse destinado para a criança e o adolescente ficarem em pé e fazerem pequenos movimentos.
Além de exercícios mediados pela Psicomotricidade, outras formas de garantir que as crianças se movimentem durante a pandemia e melhorem sua alimentação são:
• Tenha alimentos mais saudáveis em casa, evitando os industrializados e os ultraprocessados.
• Limite o tempo das telas, seja de televisão, celular, tablet, computador ou outros eletrônicos.
• Tenha uma rotina e estabeleça horários para as refeições.
• Mantenha as crianças e os adolescentes motivados, reforçando positivamente os exercícios feitos e a alimentação saudável.
Então, na luta contra a obesidade infantil durante a pandemia, é importante manter as crianças se exercitando mesmo dentro de casa, bem como se alimentando de maneira correta e na proporção correta. Para isso, a ajuda de uma equipe multidisciplinar formada por médicos, nutricionistas, educadores físicos e profissionais de psicomotricidade, por exemplo, é indispensável.