Postado em 25/02/2020
A primeira infância compreende o período que abrange os seis primeiros anos completos ou 72 meses de vida da criança, um mundo desconhecido onde todo som, cor, cheiro e sabor é uma novidade. Os bebês observam, sentem e exploram o ambiente, e cada mínimo detalhe basta para atiçar a curiosidade deles.
De acordo com o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos (MS, 2019), “Nos primeiros anos de vida, a variedade e a forma com que os alimentos são oferecidos influenciam a formação do gosto e a relação da criança com a alimentação. A criança que come alimentos saudáveis e adequados quando pequena tem mais chances de se tornar uma pessoa adulta consciente e autônoma para fazer boas escolhas alimentares”.
O leite materno é o primeiro contato das crianças pequenas com uma comida de verdade, e o período da amamentação é especial, cercado de afeto e cuidado. Único e incomparável, o leite materno é o alimento ideal para a criança, pois é totalmente adaptado às suas necessidades nos primeiros anos de vida. Não existe outro leite igual, nem parecido, apesar do esforço da indústria em modificar o leite de outros mamíferos, como o da vaca, para torna-lo mais adequado ao consumo por crianças pequenas. Produzido naturalmente pela mulher, o leite materno contém os anticorpos necessários e outras substâncias que protegem a criança de infecções comuns que ocorrem durante o período da amamentação, como diarreias, infecções de ouvidos (otites) e outras.
Quando introduzir novos alimentos?
A partir dos seis meses de idade, é recomendado que os bebês comecem a ter contato com outros alimentos além do leite materno. A faixa etária dos seis meses aos dois anos é o período ideal para introduzir outros alimentos, devido ao rápido desenvolvimento neurológico da criança.
Embora o aleitamento materno seja recomendado para crianças até dois anos ou mais, o leite de vaca não deve ser consumido por crianças menores de um ano de idade. A partir dos dois anos, a criança pode receber leite de vaca e derivados, como iogurtes naturais e queijos. “A partir do desmame, que pode ocorrer antes ou depois dos dois anos, o consumo de leite deve se adaptar ao hábito familiar, assim como os outros alimentos”, descreve a nutricionista.[g1]
Como criar uma boa relação com a comida?
Comer muito não significa comer bem. “A quantidade de alimentos ingeridos será estabelecida pela criança, que decide de acordo com seu apetite. O mesmo alimento pode ser bem aceito em uma refeição e rejeitado na semana seguinte”, afirma Antônio Altair Rocha, mestre em Pediatria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e médico do Hospital das Clínicas. O médico alerta que, nos primeiros dois anos de vida, os pais devem evitar doces, como biscoitos recheados, refrigerantes, sucos industrializados em geral, alimentos ultraprocessados e fast foods. Além disso, alerta sobre o cuidado na hora das refeições, que devem ser sempre à mesa. “É recomendável que ao menos uma das refeições do dia seja feita na presença de toda família e sem distrações com celular, TV ou tablet”, afirma o especialista. Para ele, ações como essas podem aproximar a criança e a comida de forma muito positiva e ajudar o bebê a criar uma relação consciente com o alimento.
É necessário que um profissional de Nutrição seja consultado para orientar a alimentação adequada para a criança. Você já é um profissional de Nutrição e quer se especializar? Conheça a nossa Pós-Graduação em Nutrição Materno-Infantil e saiba mais!