Postado em 07/02/2018
Tiago Aquino da Costa e Silva (Paçoca)
Isayama (2013) considera o lazer como um espaço privilegiado para vivências lúdicas de conteúdos culturais, caracterizando-o como esfera abrangente do sujeito, em profundas relações com o trabalho, a educação, a família, entre outras, além de ser compreendido como direito social previsto na Constituição Federal de 1988. Essa perspectiva demonstra a necessidade de formação de profissionais nesse campo que compreendam o seu papel político e cultural. Assim, a ação profissional deve avançar na ideia de estímulo à vivência qualitativa no contexto do lazer, sendo necessário contextualizar sua ação e atribuir novos significados e olhares sobre ela.
São várias as possibilidades de intervenção na esfera do lazer, mas é preciso ter clareza sobre aspectos referentes à especificidade e à abrangência da ação. Se, por um lado, essa diversidade é interessante, por outro ela é complicada, na medida em que envolve um domínio amplo de fundamentos, competências e habilidades, nem sempre trabalhadas adequadamente na formação profissional (WERNECK; STOPPA; ISAYAMA, 2001).
Complexa e diversificada é a caracterização do profissional que atua no lazer. Podem ser encontradas as mais diversas denominações para ele, como: monitor, recreacionista, militante cultural, consultor de lazer, animador cultural, recreador, entre outras (MARCELLINO, 2000).
Para Silva e Gonçalves (2010), os profissionais podem atuar nos equipamentos e espaços de lazer em três ações: administração; execução e animação; e avaliação e manutenção.
Os estudos evidenciam uma preocupação atual com o lazer como objeto de estudo, que provavelmente se relaciona com o crescimento da indústria do lazer e entretenimento. A educação física é a principal área de estudo que discute tal temática, abrigando a maioria dos grupos de pesquisas e suas respectivas publicações. Entretanto, tal conteúdo não é exclusivo à área, surgindo em outros cursos, como lazer e turismo, hotelaria, pedagogia etc.
O profissional de lazer pode encontrar inúmeras tendências relacionadas ao crescimento das áreas de atuação no segmento, como os parques temáticos, o lazer nas empresas e o ecoturismo.
As áreas de atuação do recreador são: megaeventos esportivos, escolas, cruzeiros marítimos, esportes e atividades de aventura, clubes, hospitais, associações filantrópicas, acampamentos, buffets e casa de festas, meios de hospedagem (pousadas, hotéis e resorts), shows e espetáculos culturais, ruas e espaços públicos, entre outros.
Somam-se às diversas áreas de atuação em que o profissional de educação física pode atuar, desde monitor/recreador até supervisor/coordenador, as oportunidades empreendedoras, nas quais ele se torna um empresário, dono de um negócio, voltado para a área do lazer, recreação e entretenimento.
Ao mesmo tempo em que se abrem novas portas e surgem oportunidades, é inquestionável a necessidade de atualização do currículo, com participações em palestras, cursos e congressos, que oferecem assim melhor capacitação, unindo a teoria com a prática adquirida.