Postado em 30/01/2019
Nos últimos anos, os estudos que envolvem a imagem corporal de crianças e jovens têm evidenciado um aumento da insatisfação com o próprio corpo. A imagem corporal é compreendida como a “figuração de nosso corpo formada em nossa mente”. Ela é um construto complexo e multifacetado que se subdivide em duas dimensões: perceptiva e atitudinal (TYLKA, 2018). O mesmo autor define a primeira como a exatidão no julgamento do tamanho, da forma e do peso corporal e a segunda envolve pensamentos, sentimentos e comportamentos relacionados ao corpo.
A insatisfação corporal é um componente da dimensão atitudinal e se refere à avaliação subjetiva negativa do próprio corpo, estudos como de (DUNN; LEWIS; PATRICK, 2011), destacam que 50% dos meninos e meninas pré-adolescentes com idade entre 8 e 11 anos demostraram desejo de ser mais magro. Outro fator importante é que meninos pré-adolescentes apresentam preocupações com a autoimagem iguais a homens adultos (SAMPASA-KANYINGA et al. 2017). Já Ricciardelli et al. (2006) também identificaram em suas pesquisas que metade dos meninos pesquisados entre 8 e 11 anos demonstravam estar buscando o aumento da massa muscular. Sampasa Kanyinga et al. (2017) destacam não estarem surpresos com esses achados em razão dos efeitos do acesso as imagens e informações por parte dos meninos originárias das mensagens visuais ligadas à aparência e ao físico com fortes tendências de padronizar os corpos. Clark e Tiggemann (2007) destacam a vulnerabilidade das crianças e jovens frente às constantes mensagens sociais que tentam definir um padrão corporal, que nos meninos tendem a ser fortes e nas meninas terem corpos magros.
A Importância da Atividade Física para o bem estar Emocional
A idealização desses corpos é recorrentemente veiculados nas mídias, nos dias de hoje. As mídias digitais têm se tornado protagonistas. O surgimento de canais de Youtubers e dos chamados “digital Influencers” podem estar reforçando ainda mais essas modificações. O que vai em direção aos apontamentos de Harrison e Hefner (2009) de que o reforço desses padrões de corpo dos jovens é transmitido por agentes socioculturais, como a mídia e os pares. Pesquisadores como Neves et al. (2017) destacam que estudos assinalaram a indigência de programas que intervenham com intuito de prevenir o incremento de imagem corporal negativa em crianças. Nesse aspecto, programas de intervenção tem grande potencial e iniciativas como essas devem ser incentivadas.