Postado em 23/08/2019
De acordo com a Organização Mundial da Saúde Sessenta minutos de exercícios diários, de moderados a intensos é o mínimo que as crianças (de 5 a 17 anos) precisam, para melhorar a capacidade cardiorrespiratória, fortalecer ossos e músculos e combater a obesidade.
A ênfase é nos exercícios aeróbicos, que vão desde brincadeiras e jogos à prática esportiva. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos mostra que menos da metade dos jovens daquele país segue a orientação. No Brasil, não há estatísticas. Mas a maioria das escolas oferece apenas duas aulas de educação física por semana e as crianças já não brincam mais nas ruas por questões de segurança.
Uma alternativa, nesse contexto, são as aulas extracurriculares que envolvem movimento. “Para um ser humano em pleno desenvolvimento do sistema neuromotor, a estimulação é determinante”, acredita o professor de educação física Rafael Kanitz Braga, mestre em Ciências do Movimento. Ele destaca que é importante incorporar as atividades físicas desde a educação infantil, sejam espontâneas ou direcionadas, para que elas se tornem rotina na vida adulta.
Na infância, as aulas, tanto na escola quanto as extracurriculares, precisam ser lúdicas as regras são incorporadas para valer somente após o 3º ano, em geral. “São uma iniciação ao esporte e não treino. Por isso, o ideal é que a criança escolha o que mais lhe atrai. Opções não faltam! Atualmente, os tradicionais futebol, judô, balé e natação estão perdendo espaço para outras atividades como circo, capoeira, yoga, entre outros. Os pais podem fazer sugestões, obviamente, só não vale insistir para o filho praticar um esporte que vá satisfazer apenas a eles: a atividade tem de ser prazerosa e motivadora para a criança.
E se ele não quiser ir mais à aula?
Além das aulas regulares de educação física na escola, dedicar duas horas por semana da agenda à prática esportiva já basta. Afinal, seu filho também precisa ter tempo para se exercitar, brincando de outras coisas. Se ele, entretanto, chora para ir à aula, pede para mudar de curso com frequência ou até finge que está doente no dia, é um sinal de que algo não vai bem. De acordo com Pâmela, antes de brigar ou, pior, obrigar a criança a ir à aula, melhor descobrir a razão.
“Pode ser que ele tenha se desentendido com um amigo ou que a escola esteja forçando demais”, diz. Vale a pena respeitar a vontade do seu filho caso ele queira desistir, oferecendo outras opções de exercícios. Pode ser que ele até peça para voltar, dali a um tempo. Insistir demais, entretanto, aumenta as chances de frustração sem falar naquele trauma de ser o último a ser escolhido, sabe? e, assim, de ele fugir dos esportes no futuro.