Postado em 03/02/2017
Envelhecer está inserido num processo complexo e multidimensional, que começa desde o nascimento. Também podemos considerar o envelhecimento como o tempo de vida em que o nosso organismo passa por consideráveis transformações no declínio da força, da disposição, da aparência e que, não necessariamente nos incapacita ou nos compromete no desenvolvimento de nossas atividades.
Entender a velhice é considerá-la em seu contexto plural e também real, nas diferentes manifestações da questão social, física, familiar e psicológica que, em tempos atuais, nos oferecem muitos desafios.
Aceitar a velhice é compreendê-la em sua particularidade e complexidade, sem desconsiderar o significado e importância nas inúmeras relações que o próprio envelhecer nos oferece. Vale lembrar que a velhice compõe uma das etapas do ciclo natural da vida - nascer, crescer, amadurecer, envelhecer e morrer; considerando que as alterações que a caracterizam têm origem no próprio organismo e acontecendo de forma gradual. Ela não é um período separado de nossa vida, ela é a continuação de nossa adolescência, juventude e maturidade.
O senso comum nos diz que velho é aquele que possui muitos anos de idade e uma vasta experiência. Como um período que apareceu de repente e sem uma nomenclatura definida para ele, muitos foram os termos que surgiram para se reportar a este importante estágio de vida. E vamos a alguns deles: idoso, terceira idade, quarta idade, nova idade, idade avançada, geração de cabelos brancos, melhor idade, feliz idade, idade do ouro e por aí vai. Como se o período que as crianças vivem hoje seja, pior idade, idade de prata, primeira idade ...
Tais palavras surgiram como sinônimo, como uma forma da sociedade amenizar a palavra velho, considerando que jogamos fora ou descartamos o que está velho, o que está velho não serve mais para nada, que algo quando fica velho não tem mais função, desprezível.
Envelhecer e viver mais, possibilita ao velho a convivência com os bisnetos, netos, filhos, pais, avós, bisavós, numa intergeracionalidade que favorece uma coexistência ao longo do tempo,destacando laços geracionais que podem chegar a quatro, oferecendo com riqueza, a histórica de cada um.
A aproximação geracional, idoso e criança/adolescente, possibilita troca mútua, no contexto social, familiar e educacional. São gerações distintas, que podem/devem conviver no tempo e que, nessa troca mútua de vivências adquirem novos conhecimentos, transformando conceitos, normas e atitudes.
As gerações são continuamente construídas, destruídas e reconstruídas. Num envolvimento intergeracional a relação entre elas está sempre sendo refeita. Novas relações, por sua vez, determinam novos comportamentos, possibilita uma troca de informações, a qual chamamos de relação de complementaridade. Sendo possível afirmar, que avós e netos, crianças e idosos se descobrem, modificam- se e se completam.
Os programas intergeracionais são uma realidade recente, mas têm muito a crescer e colaborar em nossa sociedade, transformando - a em um lugar mais tolerante com as diferenças que não somente as respeitem, mas também aprendam com elas, transformando o mundo e a realidade que vivemos em algo melhor, a partir do momento que compreendamos o outro como ele é; com suas potencialidades, possibilidades e limitações. Encarar os programas intergeracionais como fatores de transformação social de fato. Com certeza uma experiência gratificante para o idoso e interessante no mínimo para as crianças. Possibilitar a intergeracionalidade sabemos que é agradável ao idoso por muitos motivos e que de certa maneira o remete a um período de sua história que ficou para trás, e em uma oportunidade, vamos ouvir o outro lado da história, ou seja, o início dela, os mais jovens.