Postado em 05/08/2016
A dança de salão foi reconhecida como esporte olímpico pelo COI em 1997, sendo renomeada como DANCESPORT ou dança de salão internacional para nós brasileiros. É uma dança de salão diferente da que é amplamente conhecida e praticada aqui no Brasil.
A primeira transmissão ao vivo de um torneio remonta ao início dos anos sessenta. Nessa época, já era amplamente praticada e apreciada em toda a Europa, América do Norte e em partes da Ásia. Mais e mais dançarinos especialistas procuraram a emoção da competição e reconhecimento público por suas habilidades. Amadores e profissionais competiam em campeonatos separados, e assim a dança atraiu multidões de interessados em competir, em praticar ou mesmo apenas assistir.
Por outro lado, havia uma dificuldade em se classificar a modalidade ao lado de todos os outros esportes. Casacas, vestidos e saltos altos foram considerados incompatíveis com a vestimenta de atletas, e os salões contrastavam muito com os outros espaços esportivos. Abrangendo artes do espetáculo e características esportivas, a DANÇA DE SALÃO COMPETITIVA demorou para encontrar a verdadeira identidade.
Nos Jogos Asiáticos de 2010, a organização do Conselho Internacional de Dançarinos Amadores modificou seu nome para Federação International de Dança Esportiva, afirmando a sua visão da dança de salão competitiva como esporte "no verdadeiro sentido da palavra" e partiu para colocá-la dentro do movimento desportivo internacional.
Assim, em 1997, a dancesport foi reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional e tornou-se elegível para ser incluída no programa olímpico. Ou seja, ser esporte olímpico não significa estar dentro dos Jogos Olímpicos, mas é o primeiro passo para que a dança esportiva participe, e ela tem se organizado para atingir esse objetivo.
Quando golfe e rúgbi foram votados para inclusão nos Jogos Olímpicos de 2016 pela 121ª Sessão do COI, a meta ambiciosa da dança foi certamente adiada e espera agora uma revisão periódica do Programa Olímpico, com seriedade e em processo justo.
Nesses últimos dias de julho, o Japão, que será sede dos Jogos Olímpicos de 2020, pleiteou e conseguiu a inserção de esportes que envolvem o público jovem, como se sabe, skate, surf, escalada, beisebol e karatê. Mais uma vez, o sonho da dança foi adiado, mesmo sabendo que o Japão é hoje um dos importantes países no ranking e em volume de atletas de dança.
Se fosse na China, a probabilidade da inclusão da dança de salão nos Jogos Olímpicos seria bastante grande, já que possuem mais de um milhão de atletas federados na modalidade!
No Brasil, o processo é lento. Os brasileiros ainda começam a se dar conta de que existe uma dança de salão diferente da que é praticada aqui. Essas diferenças resultam em diversas dúvidas e questionamentos. E muita curiosidade. Uma dança com imenso conteúdo, mais de cem anos de desenvolvimento de sua técnica, competições, treinamento, ensino e arbitragem.
Aqui a atividade ainda está começando e não há competidores que sejam realmente atletas, dificuldade muitas vezes justificada por questões financeiras. Também não há treinadores de nível internacional que residem em nosso país, para desenvolver mais rapidamente o esporte.
Na FMU, em nossa pós-graduação "Dança: Arte, Esporte e Educação", temos a oportunidade de conhecer a dança de salão internacional e verificar como a dança pode ser um esporte, mantendo suas características artísticas. Discutimos suas diferenças, praticamos suas modalidades e tratamos de seu ensino, treinamento e organização.