Postado em 16/12/2016
A combinação de estruturas e processos que atuam na prevenção de doenças ou ataques por organismos potencialmente perigosos é chamada sistema imunológico. É possível afirmar que, em condições normais, o corpo humano está preparado para a proteção contra os mais diversos agressores. Contudo, em diferentes situações, a imunidade cai e, em razão disso, o corpo fica mais suscetível a problemas de saúde.
Neste contexto, considera-se a atividade física regular como fator que contribui para a melhora da resposta imunológica, ainda mais em tempos de epidemias agressivas causadas por vírus e bactérias cada vez mais resistentes. O professor Henrique Stelzer Nogueira, da Pós em Fisiologia do Exercício e Prescrição do Treinamento da FMU, salienta que a perspectiva de epidemias não se limita às enfermidades causadas por vírus e bactérias, mas também à doenças de outras ordens, como metabólicas, e advindas de problemas genéticos, tomando como exemplo câncer, diabetes, obesidade e hipertensão.
O que se sabe é que as doenças somente vão progredir quando o sistema imunológico estiver disfuncional para combatê-las, por baixa contagem de células imunes, ou por problemas de sensibilização delas no reconhecimento e na eliminação de patógenos. Dessa forma, pessoas sedentárias ou insuficientemente ativas são mais propensas a este quadro imunitário deficiente, que pode ser agravado quando acompanhado de obesidade, diabetes, etc. confirma.
Sendo assim, a defesa que se faz é que o exercício físico moderado é capaz de modular estas respostas, através de citocinas (que são hormônios proteicos produzidos pelas próprias células imunes e também pelos músculos) e, dessa maneira, prevenir contra diversos tipos de doenças, ou mesmo tratá-las. Outro aspecto, de acordo com o professor, é o fato da inflamação crônica de diversas doenças estar associada com o estresse oxidativo, sendo o exercício físico moderado capaz também de ativar vias de sinalização para a biogênese mitocondrial, reduzindo o estresse oxidativo e a inflamação basal.
Por outro lado, ele salienta que o exercício físico exaustivo pode piorar as funções imunes, portanto, nem todos devem treinar com cargas elevadas ou de forma frequente. O exercício físico com cargas controladas e periodizadas é capaz de melhorar o estado mental das pessoas no stress, na ansiedade e na depressão, pelo conceito de aspectos psicobiológicos do exercício físico, que está vinculado ao que chamamos atualmente de eixo neuro imuno endócrino, conforme cita Stelzer Nogueira.
Em complemento a isso, ele informa que alimentos anti-inflamatórios ou antioxidantes são os que contribuem para o fortalecimento do sistema imunológico. Um forte exemplo é o açaí, mas existem outros, sendo importante procurar um nutricionista especializado para prescrever e falar mais a respeito de quais os tipos de alimento adequados para cada caso.