Postado em 16/12/2016
Isayama (2013) considera o lazer como um espaço privilegiado para vivências lúdicas de conteúdos culturais, caracterizando-o como esfera abrangente, em profundas relações com o trabalho, com a educação, com a família, entre outras esferas do sujeito, além da compreensão como direito social previsto na Constituição Federal de 1988. Essa perspectiva apresenta a necessidade de formação de profissionais neste campo, que compreendam o seu papel político e cultural e, assim, a ação profissional deve avançar na ideia de estímulo à vivência qualitativa no contexto do lazer, sendo necessário contextualizar sua ação e atribuir novos significados e olhares sobre ela.
São várias as possibilidades de intervenção na esfera do lazer, mas é preciso ter clareza sobre aspectos referentes à especificidade e a abrangência desta ação. Se, por um lado, essa diversidade é interessante, por outro ela é complicada na medida em que envolve um domínio amplo de fundamentos, competências e habilidades, nem sempre trabalhadas adequadamente na formação profissional (WERNECK; STOPPA; ISAYAMA, 2001).
Complexa e diversificada é a caracterização do profissional que atua no lazer. Podem ser encontradas as mais diversas denominações para esse profissional, como: monitor, recreacionista, militante cultural, consultor de lazer, animador cultural, recreador, entre outras (MARCELLINO, 2000).
Para Silva e Gonçalves (2010) os profissionais podem atuar nos equipamentos e espaços de lazer em três ações, sendo-as: administração; execução e animação; e avaliação e manutenção.
Os estudos evidenciam uma atual preocupação do lazer como objeto de estudo, que provavelmente, aconteça com o crescimento da indústria do lazer e entretenimento. E esses estudos evidenciam que a Educação Física é a principal área de estudo que discute tal temática, abrigando a maioria dos grupos de pesquisas e suas respectivas publicações. Entretanto tal conteúdo não é exclusivo à área, sendo evidenciado em outros cursos como Lazer e Turismo, Hotelaria, Pedagogia, entre outras.
O segmento do lazer apresenta ao profissional de lazer inúmeras tendências relativas ao crescimento das áreas de atuação, como os parques temáticos, o lazer nas empresas e o ecoturismo.
As áreas de atuação do recreador são:
- Megaeventos Esportivos
- Escolas
- Cruzeiros Marítimos
- Esportes e Atividades de Aventura
- Clubes
- Hospitais
- Associações Filantrópicas
- Acampamentos
- Buffets e Casa de Festas
- Meios de hospedagem: pousadas, hotéis e resorts
- Shows e espetáculos culturais
- Ruas e Espaços Públicos
- Outros
Soma-se às áreas de atuação, onde o profissional de Educação Física pode atuar de diversas maneiras, desde monitor/ recreador até supervisor/ coordenador, as oportunidades empreendedoras, onde o profissional torna-se um empresário, dono de um negócio, voltado para a área do lazer, recreação e entretenimento.
Ao mesmo tempo em que se abrem novas portas e surgem oportunidades, é inquestionável a atualização do currículo com participações em palestras, cursos e congressos, oferecendo assim melhor capacitação, unindo a teoria com a prática adquirida.
REFERÊNCIAS
ISAYAMA, H. F. O profissional do lazer. Sinais Sociais, Rio de Janeiro, v. 8, n. 23, p.37-61, 2013.
MARCELLINO, N. C. Estudos do lazer: uma introdução. 2.ed. Campinas, SP: Papirus, 2000.
SILVA, T. A. C.; GONÇALVES, K. G. F. Manual de Lazer e Recreação: o mundo lúdico ao alcance de todos. São Paulo: Phorte, 2010.
WERNECK, C. L. G.; STOPPA, E. A.; ISAYAMA, H. F. Lazer e Mercado. Campinas, SP: Papirus, 2001.
Tiago Aquino da Costa e Silva (Paçoca)
Graduado em Educação Física FMU. Especialista em Administração e Marketing UGF, e em Educação Física Escolar FMU. Membro do LEL - Laboratório de Estudos do Lazer UNESP/ Rio Claro e da World Leisure Organization. Diretor Entretenimento SP e da Kids Move Consultoria. Palestrante Internacional e Autor de Livros. Site - www.professorpacoca.com.br