Postado em 02/01/2020
Atualmente, os contraceptivos orais, além de serem excelentes e muito seguros (desde que tomados de maneira adequada) para o controle da taxa natalidade, apresentam dosagens muito baixas de hormônios (0,1 a 3,0 mg de progesterona, e 20 a 50 microgramas de estrogênio). Tais dosagens não são suficientes para impedir o ganho de massa magra ou para induzir o acúmulo de gordura corporal, muito pelo contrário. Elas contribuem para melhora da variação hormonal, redução dos sintomas da TPM e, indiretamente, para melhora da adesão a qualquer programa de exercícios (veremos isso nos próximos posts).
Recente artigo publicado pela BMC Câncer demonstrou que mulheres que utilizam pílula anticoncepcional e apresentam câncer de mama, por exemplo, não apresentam nenhum fator de risco adicional para morte quando comparadas com mulheres que não utilizam contraceptivo oral (NUR et al., 2019).
A chance de uma mulher desenvolver tromboembolismo venoso na gravidez é de 30 para 10.000 (0,3% aproximadamente), enquanto que, para mulheres que utilizam anticoncepcional, a chance é de 9,1 para 10.000 (0,09% - cerca de 0,2% menor), ou seja, a chance de desenvolver doença venosa é menor ingerindo contraceptivo do que engravidando. Você conhece alguém que não engravida para evitar tromboembolismo?
Imagine que você está andando pela rua e um raio cai na sua cabeça. Sabe qual é a chance de isso acontecer? Vamos lá… 1 para 2.000.000. Sabe qual é a chance de uma mulher de 15 a 34 anos falecer ingerindo anticoncepcional? 1 para 1.667.000!
Moral da história
Procure seu ginecologista e, se for indicação dele, tome o anticoncepcional com o qual você melhor se adapta (não se adaptou com um, peça para ele substituir por outro), controle sua variação hormonal, tenha menor oscilação dos seus estados emocionais, treine mais e seja feliz (por mais difícil que isso seja na TPM).
Texto: Prof. Dr. Luis Felipe Polito